domingo, 31 de outubro de 2010

CRUZEIRO É CAMPEÃO GLAUCILANDENSE DE FUTEBOL

         Na base da raça e da força física, Grêmio e Cruzeiro fizeram da final do campeonato glaucilandense de futebol um jogo digno de duas grandes equipes da região, com respeito ao adversário e, sobretudo, pelo bom futebol apresentado.
         Ainda no primeiro tempo o Cruzeiro aplicava uma sonora goleada de três a zero para cima do Grêmio, que não viu a cor da bola; gols de Nivaldo (2) e Anderson Fabiano. Nos momentos em que chegou à frente do gol, o Grêmio desperdiçou o lance. Ninguém, nem mesmo o mais entusiasmado torcedor do Cruzeiro esperava uma vantagem tão grande. Muito menos no primeiro tempo. O Cruzeiro deu um passeio e massacrou o Grêmio, que parecia não ter forças para reagir. Os jogadores ficaram visivelmente abalados. Ao sair para o vestiário, o que se viu foi total desconsolo entre os atletas.
         Contudo, havia pelo lado de fora uma torcida apaixonada que empurrava a equipe gremista para frente, ainda acreditando na vitória. Ao entrar para o segundo tempo, contagiado pela torcida, o tricolor glaucilandense mostrou que voltaria determinado a vencer o jogo. E, em lances geniais, fez do ataque um verdadeiro pelotão de artilharia, bombardeando o adversário e devolvendo com a mesma moeda o massacre recebido na primeira etapa. Encurralado, o Cruzeiro viu sua vantagem de três gols diminuir pouco a pouco.
         Tudo havia mudado. O Cruzeiro se assustou ao levar um gol já no início da etapa complementar, marcado por Ivanilson. Bom também para a revelação do campeonato, o meia-atacante Edmar Júnior, que fez dois gols e levou a partida para os pênaltis. Sendo um deles um gol espetacular de falta, quando Júnior mostrou que é preciso coragem, habilidade e precisão para definir uma partida.
         Dois tempos distintos para cada equipe. Isso foi o que se viu no estádio José Porfírio de Carvalho na tarde de domingo (24). Uma tarde marcante na vida do Grêmio, que viu sua hegemonia cair ao chão depois de conquistar três campeonatos consecutivos (1992002-2003). Marcante para o Cruzeiro que desbancou os dois gigantes do futebol de Glaucilândia, Vila (nas quartas de final) e Grêmio, conquistando o título de 2010 brilhantemente. O Cruzeiro venceu nos pênaltis por 5 a 4.
         Para Moises, o treinador do Cruzeiro, pés no chão e humildade foram ingredientes para a conquista do título:
         - há muito tempo nós não vencíamos o Grêmio. Perdemos um jogo lá em Rio das Pedras e outro aqui em Glaucilândia. Saímos com três com três gols na frente, aceitamos o empate, mas nos pênaltis conseguimos derrotá-los. Nós tivemos humildade respeitando o time deles, que é muito bom, e saímos daqui vitoriosos – comemora o treinador.
         Edmar Mesquita, treinador vice-campeão com o Grêmio, ressaltou o poder de reação da sua equipe, que teve a chance de virar o jogo e não conseguiu converter os lances em gols. Segundo ele, os três gols sofridos pelo time foram de falhas individuais de um dos zagueiros. Com a experiência de um ex-árbitro de futebol em Montes Claros, Glaucilândia e Juramento, ele analisa a arbitragem do campeonato como boa, ele disse:
         - às vezes a gente perde a cabeça um pouco, mas a arbitragem não deixou nada a desejar. O campeonato foi muito bem elaborado.
         Para Edmar, a disputa nos pênaltis é uma loteria. O treinador lamenta que sua equipe não tenha se aproveitado do fato de o Cruzeiro ter perdido o primeiro pênalti da cobrança, pois, na hora de finalizar para conquistar o primeiro lugar, Luiz Otávio perdeu a cobrança para o Grêmio.
         E mais uma vez o treinador do Grêmio destacou a realização do campeonato:
         - aqueles times que vieram para querer atrapalhar o campeonato deram com os burros n`água, porque o campeonato foi muito bom. É a prova para muitos que falaram que o campeonato foi feito para o Grêmio. A gente viu que não foi. O Grêmio conseguiu chegar à final por merecimento dele e conseguiu perder o jogo não tendo mérito de ganhar – declara Edmar.

CONFIRA A PREMIAÇÃO, SEGUNDO A SECRETARIA MUNICIPAL DE ESPORTE:
Argilheiro: Santiago, atacante do Real, com 5 gols marcados;
Goleiro: Claudinho, do Laranjeira, que sofreu apenas 3 gols;
Revelação: Edmar Júnior, meia-atacante do Grêmio;
4º. Colocado: Juventude Gameleira;
3º. Colocado: Juniores;
Vice-campeão: Grêmio;
Campeão: Cruzeiro de Rio das Pedras.


Matéria extraída do jornal Norte de Minas, sexta-feira, 29.10.2010
Alexandro Mesquita
Correspondente

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Cruzeiro - Campeão Glaucilandense 2010

Final Emocionante


De 01 de agosto a 24 de outubro deste ano a Secretaria de Esporte de Glaucilândia realizou o IV Campeonato Glaucilandense de Futebol de Campo e contou com a participação de 10 equipes: Cruzeiro, Laranjão, Vila Altinense, Laranjeira, Gameleira, Internacional, Grêmio, Juniores, Real e Real Máster. O campeonato teve 28 jogos, nos quais foram marcados 72 gols, uma média de 2,57 gols por partida.
O encerramento, com a disputa dos jogos finais, foi realizado no domingo passado, dia 24 de outubro. Na disputa de 3º lugar o Juniores venceu o Juventude Gameleira por 2 x 1 com 2 gols de Maycon. José Adair descontou para o Juventude Gameleira.
A grande final foi disputadíssima. O Cruzeiro de Rio das Pedras abriu 3 x 0 no Grêmio no primeiro tempo com dois gols de Nivaldo e um gol de Anderson Fabiano. O Grêmio veio melhor para a segunda etapa e empatou a partida com dois gols de Edmar e um gol de Ivanilson. A decisão foi para os penais e o Cruzeiro venceu por 5 x 4.
Cruzeiro - Campeão Glaucilandense 2.010
A entrega da premiação foi realizada no gramado logo após o término dos jogos finais. Marcelo Brant, prefeito de Glaucilândia, marcou presença e fez parte da mesa de honra que agraciu da seguinte forma: o trofeu de artilheiro foi para Santiago, atacante do Real, que marcou 5 vezes; o de melhor goleiro foi para Claudinho da Laranjeira que sofreu apenas 3 gols; Edmar, meia do Grêmio, foi a grande revelação do campeonato e também levou o seu; em 4º lugar o troféu foi para o Juventude Gameleira, 3º para o Juniores, vice-campeão para o Grêmio e o de Campeão para o Cruzeiro de Rio das Pedras.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Final do Glaucilandense 2.010 - Grêmio X Cruzeiro

        O Grêmio venceu o Juniores na tarde de ontem em Glaucilândia pelo placar de 3 x 1. João Paulo abriu o placar aos 45min do primeiro tempo. No segundo tempo Frank ampliou com dois belos gols, aos 25min e 30min; José Erikson descontou para o Juniores, mas já era tarde, o gol foi aos 45min do segundo tempo.
No jogo de fundo, Cruzeiro e Juventude Gameleira não mexeram no placar no tempo normal e a classificação para a final conforme o regulamento foi decidida somente nos pênaltis. O Cruzeiro venceu por 5 x 4. Converteram seu pênatis: Rafael, Warley, Sérgio e Alisson pela Gameleira; Nivaldo, Jesus, Renilson, Elzo e Robson pelo Cruzeiro.
A torcida do Cruzeiro de Rio das Pedras, que compareceu em massa na tarde de ontem acompanhando seu time, promete mais uma vez invadir Glaucilândia no próximo domingo, dia 24 de outubro, para a grande final do campeonato. 

sábado, 16 de outubro de 2010

SABER PERDER É SABER VENCER

Geralmente, quando se fala em perder é algo que nos faz pensar em fraqueza. Mas, ao contrário disso, perder pode nos transformar em vencedor. Pois bem, o campeonato glaucilandense de futebol revelou mais uma vez que a paixão dos torcedores pelos seus times de coração ainda pulsa... E como pulsa.

Acompanhamos de perto o sofrimento de Diu de Gondô, técnico do Internacional. A equipe do Lagoa do Boi, que sempre formou bons times, não conseguiu ir muito longe. Saiu prematuramente. Mas isso não os transforma em perdedores.

O Laranjão... Quem diria que uma das equipes mais temidas da região sairia do campeonato sem ao menos ter obtido uma vitória digna de seus jogadores. Essa dor doeu em cada um de seus torcedores que transbordavam alegria e amor ao time pelos arredores do campo.

Este campeonato, o quarto depois da emancipação, fez ressurgir grandes clássicos de tempos em que Grêmio, Real e Maringá faziam de Glaucilândia o centro dos debates para saber quem era o melhor... O vencedor. Dessa vez, perdeu o jogo Real. Na verdade, os dois representantes do Real. Mas a perda do jogo não fez da equipe do Real menos importante, ou transformou os jogadores em perdedores. O Real, velho conhecido dos glaucilandenses está de volta.

E o que falar do Laranjeira? Até pouco tempo não vencia nem um jogo. Hoje, é forte representante de sua comunidade, de torcida apaixonada e entusiasmada. Laranjeira que soube lutar até o fim com dignidade em busca da vitória. E a alcançou.

Já o Vila Altinense, um dos destaques do campeonato e cotado ao título, não soube vencer seus medos. E a coragem exacerbada por pensar tão somente na final, fez o time ir pra cima de um adversário copeiro e acabou por fazer da forte equipe uma presa fácil para o Cruzeiro, de Rio das Pedras.

Os times citados acima estão descritos como perdedores dos jogos disputados. Mas isso nada muda transformando-os em perdedores.

Equipes como Cruzeiro, Grêmio, Juniores e Gameleira chegam às semifinais com status de grandes clubes do município. E são. São porque estão bem próximos do título. O Cruzeiro, talvez seja o que todos devem ficar de olhos abertos. Pois ele chegou sem fazer barulho algum e desbancou o Vila. O Grêmio, cotado também para ser campeão, sofreu, mas venceu o Real II. Para alguns, favas contadas. Para outros, não foi bem assim. Já o Juniores mostrou mais uma vez que a força de vontade pode superar os limites de cada jogador. Numa partida disputada como se fosse a final do campeonato venceu o Real. E o Gameleira, equipe mista com o Água Boa, mostrou seu cartão de visita, e jogando com sabedoria e destreza, mantém o equilíbrio necessário para conseguir seu objetivo.

Bom, para os pequenos de espírito é considerado de fato vencedor aquele que chega à final e vence. Mas nem todos que chegam numa decisão e sagram-se campeão tem em si um coração vencedor. Pois somente um vencedor reconhece em seu oponente um forte adversário, capaz de respeitá-lo, capaz de vê-lo como um amigo e não como inimigo. Somente um vencedor é capaz de perceber que para vencer alguém tem de perder, porém, o que se perde é um jogo, é uma disputa, não a dignidade, o caráter, o respeito.


Perder significa aprender com os próprios erros. Portanto, é necessário que Real, Laranjeira, Vila Altinense, Internacional, Real II e Laranjão saibam também reconhecer que quem segue adiante no campeonato fez por merecer, e por isso, estão entre os melhores. Mas isso não significa que são vencedores. Saber vencer é também saber perder. E saber perder é um ato de grandeza, humildade e, acima de tudo, reconhecer que seu oponente esteve melhor que você. Devemos sempre buscar algo de aprendizagem nas derrotas para quando conquistarmos a vitória sabermos apreciá-la como um verdadeiro vencedor. Todas as equipes que estão fora da disputa do título do campeonato são vencedoras tão somente pelo fato de terem a coragem de entrar numa disputa, pois, de fato, derrotado é aquele que não tem coragem de buscar primeiro a vitória dentro de si, porque Deus, em Sua Plenitude já nos fez vencedores por si só.

Parabéns ao Grêmio, Juniores, Gameleira e Cruzeiro por ter jogado com inteligência e sabedoria para chegarem onde estão.


A diretoria do Real agradece a todos pelo apoio recebido durante o campeonato.

Presidente – Dão Rodrigues
Vice- Alexsandro Mesquita
Treinador- Josimar Mesquita

Enviado do Alexsandro Mesquita

Se deseja enviar uma mensagem ou foto, envie para  pmg.esporte@yahoo.com.br


Comentário de Léo
Parabéns a Alexsandro por sua iniciativa de zelar pelo bem do que é nosso - o nosso campeonato – que Deus abençoe sua sabedoria. Que todos nós possamos entender que o campo gramado, a iluminação do mesmo, nosso campeonato, tudo isso é nosso; e que estamos fazendo parte de uma história que não começamos e nem vamos terminar. Tenho consciência de que estamos dando o melhor de nós e que não seremos julgados por comentários inflamados pela decepção de uma derrota em campo, seremos julgados pelas gerações sucessoras. Quero desejar parabéns a todos os clubes, principalmente aos que não estão na reta final e foram vencedores na derrota.

Como diz Fabio Júnior na música Volta ao Começo “Um campeão se mostra na derrota, na força pra lutar quando já cançou”.

Léo - Responsável pelo Blog.

Inauguração do Gramado e Alambrado






Veteranos
   




Grêmio Esportivo Glaucilandense
  

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

O QUE É SUCESSO?

           Aos 02 anos sucesso é: conseguir andar. 



Aos 04 anos . sucesso é: não fazer xixi nas calças. 

Aos 12 anos . sucesso é: ter amigos. 

Aos 18 anos . sucesso é: ter carteira de motorista. 

Aos 20 anos . sucesso é: fazer sexo. 

Aos 35 anos . sucesso é: dinheiro. 

Aos 50 anos . sucesso é: dinheiro. 

Aos 60 anos . sucesso é: fazer sexo. 

Aos 70 anos . sucesso é: ter carteira de motorista. 
Aos 75 anos . sucesso é: ter amigos. 

Aos 80 anos .. sucesso é: não fazer xixi nas calças. 

Aos 90 anos . sucesso é: conseguir andar.

ASSIM É A VIDA....

"...NÃO LEVAMOS NADA DESSA VIDA, PARA QUE PERDER TEMPO COM MALDADE, COM FALTA DE
 AMOR...TODOS TEREMOS O MESMO DESTINO INDEPENDENTEMENTE DA CONDIÇÃO FINANCEIRA, DA CLASSE SOCIAL; POR TANTO , AME , BRINQUE , PERDOE E APROVEITE .... "
Autoria Desconhecida

Antena Ligada


         Troquei meu televisor em branco-e-preto por um televisor em cores com controle remoto, para facilitar a vida de mus filho, que agora, sabe como é, época de provas, estão se virando mais que pião na roda.  Imaginem que outro dia um professor teve a coragem de mandar meu filho gavião-da-fiel fazer um trabalho sobre o Sócrates.          Fiquei uma arara.
         Em todo caso, apanhei a revista Placar e recomendei que o garoto consultasse os arquivos esportivos da Folha e do Jornal da Tarde. Não é por ser meu filho, mas o guri caprichou do primeiro ao quinto.  Tirou zero.
         Puxa, assim também é demais. Resolvi levar um papo com o professor, ver se não era perseguição. O professor foi muito gentil, porém ninguém me tira da cabeça que ele é palmeirense disfarçado de são-paulino. Garantiu-me que havia ocorrido um equívoco. O Sócrates que ele queria é um craque da redonda que tomou cicuta. Essa é boa. Por que não avisou antes? Como é que vou adivinhar que o homem jogava dopado?
         Me manquei, mas o professor percebeu meu azedume. Disse que ia dar uma nova oportunidade. Falou, eu disse.
         Preveni meu garoto que ficasse de orelha em pé, lá vinha chumbo. Dito e feito. O professor, deixando cair a máscara alviverde, deu uma de periquito campineiro e pediu um trabalho completo sobre o Guarani.
         Deixa que eu chuto, falei a meu filho.  Pode contar comigo na regra três. Eu mesmo cuido da pesquisa.
         Peguei a escalação completa do Guarani, botei o Neneca no gol, fiz a maior apologia do time das andorinhas. Pra me cobrir e não deixar nunhum flanco desguarnecido, telefonei pro meu amigo Antônio Contente [...] e pedi por favor que me mandasse uma camisa oito autografada. Diretamente de Campinas e pelo malote.
         Não é pra falar, mas trabalho escolar ficou um luxo.  Sem falsa modéstia, estava esperando pro meu filho no mínimo aprovação cum laude e placa de prata, para não dizer medalha de honra ao mérito.  Pois deu zebra.
         Começo a desconfiar que o tal professor me armou uma arapuca e entrei fácil, como um otário. [...] Sabem o que o mestre fez? Hem? Querem saber? Deu outro zero pro meu filho. O pior é que não devolveu a camisa oito autografada.
         Essa não deixei barato. Fui de peito aberto, às falas.
- Ilustre – eu disse -, com o perdão da palavra, mas que diabo de safadeza vossa senhoria anda arrumando pro meu garoto gavião-da-fiel? Então eu perco tempo, pesquiso, consulto a história gloriosa da equipe campineira, faço a maior zorra com o time do Brinco da Princesa, e o garoto ganha cartão vermelho?
         Que grande cínico! O homem me olhou com aqueles olhos de olheiras – acho que tem almoçado e jantado mal, sei lá, dizem que professor padece um bocado -, coçou a cabeça, murmurou:
-         Foi o senhor quem fez a lição?
Fiquei meio sem jeito.
-         Bem, fazer não fiz. Dei uma orientação didática. Pai é para essas coisas...
Ele não se comoveu. Ao contrário, foi até rude:
- Se aceita um conselho, pare de dar palpite na lição de casa de seu filho. O senhor não conhece nada do Guarani.
         Falar isso na minha cara! Tive de agüentar calado. Nunca soube que no diacho do time campineiro figurasse a dupla de área chamada Ceci e Peri. E com essa constante mudança de técnicos, como podia sacar que o técnico atual é o Zé de Alencar?
- Tá bem – eu disse -, não vamos brigar por tão pouco. O professor pode dar outra colher de chá ao menino?
  Deu. O professor quer agora os capítulos completos de um romance, por coincidência com o mesmo nome do time de Campinas: o Guarani. É qualquer coisa com um índio sioux que de repente se vê obrigado a salvar uma mulher biônica das águas da enchente. Deve ser telenovela em cores. Mas só para complicar a vida do meu filho, o professor não revelou o horário. Porém desta vez ele não me ferra. Pela dica do enredo que deixou escapar, deve ser mais uma dessas sucessões de cenas de violência que a gente é obrigado a engolir todas as noites na televisão. Estou de antena ligadona, meu chapa.
                                                                              (Lourenço Diaféria, In Para gostar de ler, vol 7; São Paulo, Ática, 1993.)

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Glaucilândia - 1976



1 ª Turma de Pré- Escolar de Glaucilândia - EE Antônio Pimenta
Para ver mais fotos antigas abra a página Recordar e Viver .

Feira da Agricultura Familiar de Glaucilândia - 2009

Torcedores assistindo a grande final de Truco realizado na Feira da Agricultura Familiar de Glaucilândia



 


Final vencida Por Ede e Zé de Tumé
 

Recado ao senhor 903

         O morador de um apartamento fazia um pouco de barulho à noite. Um de seus vizinhos reclamou. O morador, então, em vez de discutir e brigar, como muitas vezes as pessoas fazem nesses casos, escreveu a esse vizinho um interessante recado.

                        Recado ao senhor 903

Vizinho,
        Quem fala aqui é o homem do 1.003. Recebi outro dia, consternado, a visita do zelador, que me mostrou a carta em que o senhor reclamava contra o barulho em meu apartamento. Recebi depois a sua própria visita – devia ser meia-noite – e a sua veemente reclamação verbal. Devo dizer que estou desolado com tudo isso, e lhe dou inteira razão. O regulamento do prédio é explícito e, se não o fosse, o senhor ainda teria ao seu lado a Lei e a Polícia. Quem trabalha o dia inteiro tem direito ao repouso noturno e é impossível repousar no 903 quando há vozes, passos e músicas no 1.003. Ou melhor: é impossível ao 903 dormir quando o 1.003 se agita; pois como não sei o seu nome nem o senhor sabe o meu, ficamos reduzidos a ser dois números, dois números empilhados entre dezenas de outros. Eu, 1.003, me limito a leste pelo 1.005, a oeste pelo 1.001, ao sul pelo Oceano Atlântico, ao norte pelo 1.004, ao alto pelo 1.103 e embaixo pelo 903 – que é o senhor. Todos esses números são comportados e silenciosos; apenas eu e o Oceano Atlântico fazemos algum ruído e funcionamos fora dos horários civis; nós dois apenas nos agitamos e bramimos ao saber da maré, dos ventos e da lua. Prometo sinceramente adotar, depois das 22 horas, de hoje em diante, um comportamento de manso lago azul. Prometo. Quem vier à minha casa (perdão, ao meu número) será convidado a se retirar às 21:45, e explicarei: o 903 precisa repousar das 22 às 7, pois às 8:15 deve deixar o 783 para tomar o 109 que o levará até o 527 de outra rua, onde ele trabalha na sala 305. Nossa vida, vizinho, está toda numerada; e reconheço que ela só pode ser tolerável quando um número não incomoda outro número, mas o respeita, ficando dentro dos limites de seus algarismos. Peço-lhe desculpas – e prometo silêncio.
        ...Mas que me seja permitido sonhar com outra vida e outro mundo, em que um homem batesse à porta do outro e dissesse: “Vizinho, são três horas da manhã e ouvi música em tua casa. Aqui estou”. E o outro respondesse: “Entra, vizinho, e come de meu pão e bebe de meu vinho. Aqui estamos todos a bailar e cantar, pois descobrimos que a vida é curta e a lua é bela”.
        E o homem trouxesse sua mulher, e os dois ficassem entre os amigos e amigas do vizinho entoando canções para agradecer a Deus o brilho das estrelas e o murmúrio da brisa nas árvores, e o dom da vida, e a amizade entre os humanos, e o amor e a paz.
                                               (Rubem Braga. 200 crônicas escolhidas. Rio de Janeiro, Record, 1992.)
SOBRE O AUTOR
        Rubem Braga nasceu em 1913 em Cachoeiro do Itapemirim (Espírito Santo) e faleceu no Rio de Janeiro em 1990. Suas crônica, que podem ser consideradas verdadeiras “poesias”, propõem mais autenticidade e afeição nas relações humanas e revelam um profundo amor à vida simples, às pessoas humildes e à natureza.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Eleições 2010 - Glaucilândia

Foram eleitos 19 deputados estaduais e 32 federais com votos de Glaucilândia. A princípio isso parece uma notícia boa, mas não é.  Isso pelo simples fato de que destes eleitos apenas 6 estaduais e nenhum federal é da bancada do Norte de Minas. Em outros tempos já chegamos a fazer 12 estaduais e 3 federais. 
Muitos votos, portanto, foram desperdiçados em candidatos que não nós representam na esfera estadual tampouco na federal. Para se ter uma idéia, 72 candidatos a deputado estadual e 80 a federal obtiveram votos aqui - a maioria de fora. Tem nome que o cidadão glaucilandense nunca ouviu falar. Um Absurdo! O pior é que essa tragédia se repete eleição após eleição não apenas em nossa cidade mas na maioria das cidades norte-mineiras.
 Em outras regiões, ou melhor, comparando agora Montes Claros com as outras grandes cidades do estado como Uberlândia, Juiz de Fora, Ipatinga, todas vão ter representatividade na esfera federal e o imenso Norte de Minas, ficou de fora.
  Dos deputados federais eleitos em Minas, embora nenhum seja de nossa região, 53 deles foram votados Montes Claros totalizando 29921 votos na cidade, fora as outras grandes cidade norte-mineiras.  É lamentável!
 Confira abaixo o quadro geral dos números para estadual e federal em Glaucilândia:

Fonte de Dados: TSE

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Matéria de Jornal - Decisão de 2002

Enquanto a Bola Não Rola

Crônica de agosto de 2003.
Baseada nas crônicas de Patrícia para programa de rádio de 2003

       Ao longo deste campeonato (campeonato de 2003), recebemos diversas crônicas de nossa amiga Patrícia Mesquita, engrandecendo nosso programa... ta bom, aumentando a nossa audiência mesmo.
Algumas nos fizeram rir, como as que falavam dos goleiros... Patrícia disse:
- estou pensando também na possibilidade de ser o goleiro do Laranjão, vejam como ele é parecido comigo, até o cabelo grande ele tem igual ao meu, sem contar o rostinho magro e afilado, o grande problema é ter que pular feito uma perereca igual ele faz, decididamente eu não seria capaz. É que meus 30 (trinta) anos de idade somados a quantidade excessivas de álcool já ingeridas por este corpo, não me permitem mais tanta  movimentação brusca. Já que é assim, e minhas condições físicas me impossibilitam de me tornar algum goleiro do campeonato. Andei, andei, procurei, procurei até cansar e finalmente cheguei a pessoa ideal, que se eu não fosse Patrícia eu seria. A pessoa é Cristiano (zagueiro do Juniores do Grêmio). Afinal de contas, temos o mesmo porte físico, a mesma quantidade de massa muscular, o mesmo tamanho, e o que é mais importante; a mesma coragem; ele de ser zagueiro de um time de futebol e eu pela coragem de escrever essa brincadeira correndo risco de  apanhar de cada goleiro citado aqui ou dos  torcedores e dirigentes com suas manias.
Outras nos fizeram refletir, como aquela primeira sobre o Grêmio e seus ex. jogadores. Ela recorda:
- Assisti jogos memoráveis, emocionantes que faziam do grêmio na vizão ainda infantil porém convicta, o melhor e maior time de futebol do mundo. Fazia chuva e sol e lá estavamos nós, fiéis. Por isso tivemos o privilégio de ver formações gremistas tais como: Argentino, Folei, João Viola, Miuzinho, e um ataque formado por Cazagrande,  e quem sabe, até mesmo Chipéu.  Sei lá, o que eu sei é que ao citar qualquer um deles estaria citando  não somente um jogador, mas uma parte do time: Delsão, Zé Bodeiro, Tiburcio, Márcio, Cauzinho ... e tantos outros.
        Muitas nos deram prazer, ela confessou:
       - Senti um aperto no peito quando vi Léo comemorar um gol, o segundo do empate do Galo Dental contra o Internacional (jogo do dia 18/05/2003). Fiquei parada por alguns instantes tentando digerir com maior naturalidade aquele momento de glória individual dele, de repente me lembrei  de quantas vezes este mesmo gesto foi em prol do meu grêmio, meu  Grêmio Esportivo Glaucilandense. Ainda não engoli e acho que nunca vou digerir Léo tirando uma blusa verde e balançando-a sobre a cabeça, vibrando com um gol que, diga-se de passagem, e contrariando muitas opiniões, é o que ele ainda mais sabe fazer e melhor do que muita gente boa por aí.
         Confesso aqui que por muitas vezes ao ler as crônicas da patrícia me emocionei. Como na  crônica dos árbitros, titulada Trio Parada Dura, quando ela escreveu:
         - Parabéns a Edmilson que provou força interior e profissionalismo, mesmo sendo detentor de uma tragédia acontecida na sua vida pessoal com o falecimento de seu pai. Estava lá no Domingo pela manhã, com sua bolsa e seu instrumento de trabalho, apto para utilização. Apitou o jogo com tal veemência que quem não sabia dos atuais acontecimentos, não seria capaz de entender o minuto de silêncio nos dois jogos em Glaucilândia.

                                                                     Léo e Patrícia - agosto de 2003